Quem oculta a violência na Enfermagem, prolonga a desvalorização

A voz da Enfermagem ressoa, pedindo por justiça

28.12.2024

Por Thaís Luane

Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás – Coren-GO

Em clima de final de ano, quando as pessoas se reúnem para comemorar grandes realizações, a nossa categoria ainda reivindica justiça. A violência sofrida por profissionais de Enfermagem em unidades de saúde, à exemplo da ação truculenta da Polícia Militar na maternidade Célia Câmara, no dia 6 de dezembro, é um marco que contraria evidentemente a segurança do trabalhador e apresenta um risco para toda a população.

A equipe de enfermagem, dentre os outros profissionais da saúde, são os que mais sofrem violência dentro das instituições. Estudos mostram que os fatores relacionados à essa constatação são as péssimas condições de trabalho, o atendimento direto ao público e, claro, a predominância feminina na profissão.

Ora, a sociedade historicamente já atribuiu às mulheres a responsabilidade do cuidar, o que impacta diretamente nas lutas advindas de uma categoria representada por mais de 85 mil profissionais, em sua maioria mulheres, que trabalham na assistência. Cuidar não é dom e, sim, trabalho e formação para tal. Não é por amor e, sim, para salvar vidas.

Merecemos a valorização adequada para que situações de violência, desigualdade e desvalorização profissional não sejam parte da rotina da Enfermagem. A segurança não se limita a medida preventiva de acidentes, mas assegura a qualidade do atendimento prestado à sociedade. Sucatear a Enfermagem é prejudicar toda a população.

Quem oculta, prolonga a ação. Não nos calaremos e precisamos nos manter vigilantes no próximo ano e aos que estão por vir. Estávamos juntos à enfermeira Fabiana no ocorrido e precisamos estar juntos, unidos, para que cada profissional possa se sentir seguro no ambiente de trabalho e para defender os nossos.

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