Coren-GO e Superintendência do Trabalho falam sobre interdição no Cais Garavelo


24.09.2014

SONY DSCO Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) e a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) concederam, hoje, 23 de setembro, entrevista coletiva para falar sobre a situação precária do Cais Garavelo que culminou em sua interdição. O termo de interdição, protocolado no final da manhã de 23 de setembro pela SRTE, determina que a unidade deixe de operar até que os problemas estruturais e organizacionais do local sejam resolvidos.
Segundo os dois órgãos a continuidade dos serviços do Cais Garavelo configura falta de segurança nos procedimentos de enfermagem, médicos, odontológicos, farmacêuticos e outros. A fiscal do STRE, Jaqueline Carrijo, explicou que o “Cais Garavelo tornou-se o que é chamado de unidade de doença e não de saúde”. “Falta o básico para o funcionamento da unidade, como limpeza do local e equipamentos de proteção individual, falta de condição de trabalho”, foram alguns dos problemas enumerados pela fiscal.
A presidente do Coren-GO, Maria Salete Pontieri disse que as condições de funcionamento e de trabalho da unidade se configuram em uma “gravíssima situação de saúde pública”, causando danos físicos e mentais aos trabalhadores e em especial à segurança do paciente. “Temos profissionais de Enfermagem trabalhando com sujeira por todos os lados, faltam produtos básicos de higiene, existe o descarte inadequado de materiais perfurocortantes e risco de infecção”.

Entenda o caso
Em 28 de março de 2013, o Coren-GO realizou fiscalização e notificação acerca do exercício profissional de enfermagem. Mais de um ano depois, em 25 de abril de 2014, a fiscalização retornou a unidade e foi constatado que nenhuma das notificações haviam sido cumpridas. Diante dessa situação, o Coren-GO participou de reunião com o secretário municipal de Saúde, Paulo Rassi, em 7 de maio de 2014. Ainda assim não houve qualquer mudança. Devido às diversas tentativas administrativas da fiscalização do Coren-GO visando solucionar os problemas e também o recebimento de diversas denúncias, o órgão buscou apoio do SRTE para uma fiscalização conjunta.
No dia 1º de setembro de 2014, teve início a fiscalização conjunta em todas as áreas da Cais, incluindo urgência e emergência; salas de medicação, reanimação e nebulização; abrigo de resíduos; central de medicamento; enfermarias adulto e pediátrica; sala de vacina e outros. Foi constatada a seguinte situação:
• Equipamentos enferrujados, ultrapassados e sucateados,
• Falta de equipamento de proteção individual (EPI),
• Fezes de roedores junto com mascaras de nebulizadores,
• Limpeza é feita com produtos químicos de uso domésticos e não hospitalar (para fazer a limpeza de toda a unidade existem apenas 3 profissionais),
• Risco de infecção relacionada à saúde,
• Fossa aberta favorecendo presença de insetos e mau cheiro durante os atendimentos,
• Estrutura física, higiene, recursos materiais incompatíveis com o exercício profissional de saúde seguro e qualificado,
• Sobrecarga de trabalho e déficit de profissionais em todos os setores inspecionados,
• Nenhuma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho é cumprida e inexiste programa de educação continuada, bem como resoluções da Anvisa.

Atendimentos de Enfermagem
• Nos meses de junho, julho e agosto de 2014, foram realizados em média 13 mil procedimentos/mês por enfermeiros e 52 mil pelos técnicos e auxiliares de enfermagem.
• São realizados diariamente: 433 procedimentos pelos enfermeiros e 753 pelos técnicos e auxiliares de enfermagem.
• Estão atuando na unidade 14 enfermeiros e 69 técnicos e auxiliares de enfermagem.

Veja algumas das imagens que retratam a condição do Cais Garavelo:

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