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Pesquisa inédita traça Perfil da Enfermagem no Brasil e em Goiás


02.07.2015

Pesquisa Perfil da Enfermagem Texto

Diagnóstico da profissão aponta concentração regional, tendência à masculinização, situações de desgaste profissional, subdimensionamento e subsalário

Foram apresentados ontem, 1º de julho, os resultados do Perfil da Enfermagem no Brasil com enfoque em Goiás, com a presença da presidente do Coren-GO, Ivete Santos Barreto; presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Neri; promotor de Justiça de Saúde do Trabalhador do Ministério Público de Goiás (MP-GO), Vilanir de Alencar Camapum Júnior; presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás (Fapeg), Maria Zaira Turchi; pró-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e também conselheira do Coren-GO, Milca Severino Pereira; coordenadora-geral da pesquisa, Maria Helena Machado; coordenadora institucional da pesquisa, Dorisdaia Carvalho Humeres; e coordenadora estadual da pesquisa, Maria Salete Pontieri.
Durante o evento, Ivete Santos Barreto destacou que “os dados do Perfil da Enfermagem irão contribuir muito com a enfermagem, visto que são números confiáveis e que retratam a realidade brasileira e especifica os diferenciais de cada estado”. Ela ainda pontuou que os resultados “nos desafiam a buscar soluções alternativas e novas políticas públicas para a enfermagem”. A importância do estudo também foi ressaltada por Milca Severino ao chamar atenção para as tomadas de decisões e luta por políticas públicas a partir da “realidade sistematizada”. Manoel Neri defendeu que “não se melhora a saúde sem políticas de saúde adequada”. “É fracassada a política de que saúde se faz só com médicos”, resumiu.
Maria Helena Machado abordou em sua apresentação dos dados do Perfil da Enfermagem, que a pesquisa é o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina e abrange um universo de mais de 1,8 milhão de profissionais. “Traçamos o perfil da grande maioria dos trabalhadores que atuam do campo da saúde. Trata-se de uma categoria presente em todos os municípios, fortemente inserida no SUS e com atuação nos setores público, privado, filantrópico e de ensino. Isso demonstra a dimensão da pesquisa, que não contempla apenas os que estão na ativa, mas a corporação como um todo”, comenta a coordenadora-geral do estudo.

Qual é o Perfil da Enfermagem em Goiás? A pesquisa foi realizada em todo o Estado de Goiás, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, com abrangência de 46 mil profissionais. A enfermagem hoje em Goiás é composta por um quadro de 75,4% de técnicos e auxiliares e 24,6% de enfermeiros.

Onde trabalham? No quesito mercado de trabalho em Goiás, 64,7% da equipe de enfermagem encontra-se no setor público – apresentando, portanto, na região, o maior índice de inserção de profissionais de enfermagem nesse setor; 26,1% no privado; 16% no filantrópico e 9% nas atividades de ensino. Em Goiás, 62% da equipe de enfermagem declaram desgaste.
Subdimensionamento – No quesito de desgaste, 62% dos profissionais da equipe de enfermagem relatam desgaste, sendo no caso dos enfermeiros especificamente 66%. Sendo que 27% dos profissionais de enfermagem trabalham de 41 a 60 horas semanais.

Qual a renda mensal? Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,3% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de pessoas (28,4%) que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000, ou seja, estão na condição de subsalário. Dos profissionais da enfermagem, a maioria (59,8%) tem apenas uma atividade/trabalho. Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem (público, privado, filantrópico e ensino) apresentam subsalários. O privado (34%), o filantrópico (72,9%), o público (16,5%) e o de ensino (11,8%) praticam salários com valores de até R$ 1.000.

Masculinização – A equipe de enfermagem em Goiás é predominantemente feminina, sendo composta por 88,9% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 11% dos homens. “Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização da categoria, com o crescente aumento do contingente masculino na composição. Essa situação é recente, data do início da década de 1990, e vem se firmando”, afirma a coordenadora.

Profissionais qualificados acima do exigido – O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem de Goiás. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, o que significa dizer que mais de 1/4, ou seja, 28% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação.

Desemprego aberto – A área da enfermagem de Goiás apresenta o segundo maior índice de desemprego da Região Centro-Oeste, com 14% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. A dificuldade de encontrar emprego foi apontada por 77,3% desses profissionais.

Concentração na capital – Quase metade da equipe de enfermagem (49,5%) se concentra na Capital.

Pesquisa – O estudo foi realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional de Enfermagem de Goiás. A pesquisa sobre o Perfil da Enfermagem, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

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