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A Enfermagem na minha vida… por Maura Luiza dos Santos Peixoto

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20.05.2017

Há pouco mais de 22 anos, iniciei uma jornada de dedicados e cansativos anos de estudos intercalados com trabalho. Tive que abdicar de diversas coisas de minha vida pessoal para seguir em frente com meu sonho e meta de me tornar uma auxiliar de enfermagem e, posteriormente, técnica de enfermagem.
Ao longo desses anos, tive experiências que nunca mais serão apagadas de minha memória. Vivenciei momentos de extrema felicidade; auxiliei vários nascimentos; vi choros de alegria; emoções incontáveis; vi pessoas sendo curadas e outras sendo auxiliadas dignamente.
Conheci o sofrimento, uns vindos de enfermidades, onde fazíamos de tudo para amenizar a dor; outros sofrimentos vinham da alma – pessoas carentes e maltratadas, que precisavam apenas de atenção e um sorriso sincero como remédio.
Certo dia, após receber o plantão das 7 horas, chegou uma paciente em trabalho de parto. Fui imediatamente prestar os primeiros socorros, só tive tempo de calçar a luva. A criança nasceu ali! Impossível descrever a emoção de sentir a Sophia em meus braços. Ao olhar para aquele pequeno bebê e escutar seu choro forte, senti um mix de emoções e agradeci a Deus por esse dom.
Outro momento marcante, foi também no início de um plantão quando ouvi um grito desesperado de uma mãe pedindo socorrer seu filho (criança que coincidentemente tinha visto nascer e crescer na minha vizinhança). O menino de apenas 11 anos tinha problema cardíaco e chegou na unidade já cianótico e sem pulso. Fizemos todos os procedimentos, mas sem sucesso. Senti uma grande tristeza. Vi a limitação humana de perto. Precisei de muita força para me conter e dar a notícia para a família.
Escolhi viver na constante escala de plantões, na maioria das vezes cansativos. Mas, a vontade de ajudar o próximo e o amor por cuidar me renovam e tornam a cada dia um ser humano melhor e nunca me fazem desistir de continuar. Ser enfermeira é um dom, é uma arte!